Monólogo de Hellhammer (Mayhem)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Mayhem, sempre foi uma banda polêmica, desde que foi criada nos anos 80. Assassinatos, mortes, destruição de igrejas e muitas outras coisas marcaram a história dos polêmicos noruegueses.
Atravessou tragédias como o suicídio de "Dead" (Vocals) em 1991 e o assassinato de "Euronymous" (guitar) em 1993, por Varg Vikernes (líder do Burzum).
O Mayhem também foi uma das bandas líderes do movimento Inner Circle, um movimento responsável pela destruição de diversas igrejas na Noruega.
No monólogo abaixo, Hellhammer, o baterista da banda fala sobre assuntos como o "Inner Circle, o assassinato de "Euronymous", o suicídio de "Dead", as relações com Varg Vikernes e muitas outras coisas.
Enjoy!

Meus amigos me apresentaram aos músicos do Mayhem. Seus nomes eram Euronymous e Dead. Eu os encontrei e dei a eles uma demo com minhas gravações. No outro dia, eles me chamaram para contar que eu entraria no grupo. Euronymous parecia ser um cara simpático. Claro, que ele era um cara um pouco estranho. Eu fui a casa deles: ele estava todo vestido de preto e havia uma faca presa a seu cinto. Eu me lembro que eu pensei: "Que diabos significa isto?". Dead juntou-se a banda pouco meses antes que eu. Ele era sueco, e não entendia muito que conversávamos. Ele era um cara estranho, uma pessoa bastante reservada. Era impossível discutir sobre coisas pessoais com ele. Logo depois, nós estávamos ligados a tudo o que estava relacionado com a morte, o lado sombrio da vida e o Satanismo. Eu sempre gostei destas coisas apesar de ter nascido em uma família cristã. Apenas anos depois eu percebi como estranho e prejudicial isso foi para nós. Mas eu era muito jovem para resistir a minha tentação pela escuridão. Eu encontrei alguns livros onde diferentes rituais eram descritos. Depois nós aplicamos nosso conhecimento na vida real... Euronymous era o que de todos mais estava envolvido. Ele era o nosso professor. Agora eu sei que ele foi muito longe, muito longe. E Dead seguiu seus passos. Logo Euronymous e Dead se tornaram mais severos e mais reservados. Pelo contrário eu nunca fui uma pessoa severa. Mas, os dois... Francamente falando, eu não consegui perceber toda a coisa satânica. Eu estava atraído por uma imagem negra e sinistra, mas eu não sentia ódio pelo cristianismo. Euronymous e Dead odiavam. "Cristianismo é prejudicial", eles costumavam dizer. Mas, eu perguntava para eles: "Não é prejudicial o que nós estamos fazendo?". Eu nunca obtive uma resposta sobre isto. Antes dos shows, Dead costumava enterrar suas roupas no solo, assim elas começariam apodrecer e produzir um cheiro de sepulcro. Ele era um cadáver no palco. Ele foi um dos primeiros a usar maquiagem que logo se tornou tão comum entre os músicos de Black Metal. De fato, ele foi o primeiro músico de Black Metal a usar pintura de cadáver. Uma vez, ele nos pediu para enterrá-lo no solo - ele queria que sua pele ficasse pálida. Ele tinha usado pintura de cadáver antes do MAYHEM em sua banda anterior o MORBID. Ele fingia como cadáver e era chamado de "morto". Ele ficava muito bem com toda aquela maquiagem. Quando o público nos via ficava louco. Algumas pessoas; é claro, não entendiam, mas a maioria nos achava legais... Eu retirei o meu nome foi do CELTIC FROST. O projeto anterior deles era chamado HELLHAMMER, e eu achei que era uma vergonha que um tão bom nome tivesse que desaparecer. E HELLHAMMER soava como um bom nome para um baterista, eu pensei. No começo dos anos 90, nós alugamos uma casa velha e deserta no meio da floresta. Nós precisávamos de um lugar para os ensaios, então nós fomos parar naquela casa. Eu gastava 20 minutos para chegar a loja mais próxima, e tínhamos que ir de trem até a cidade mais próxima. As pessoas que passavam por nossa casa apressavam seus passos. Eles tinham medo de nós. E os professores da escola mais próxima, diziam para as crianças: "não se aproximem daquela casa. Aquela casa é assombrada".Todo mundo nos odiava, mas nós gostávamos disso. Euronymous estava ocupado com o seu selo e passava todos os dias digitando algo. Eu tocava bateria e Dead se trancava em seu quarto e estava permanentemente deprimido. Assim era desta maneira que nós vivíamos: cada um em seu próprio mundo. Euronymous e Dead não se davam muito bem. Dead não confiava em Euronymous. As brigas verbais resultavam em verdadeiras e sangrentas surras. Eu fiquei cansado de todas aquelas brigas e me mudei para a casa de minha avó, voltando apenas para os ensaios. Um dia, eu decidi ir a Oslo com meus amigos. Antes de partir eu encontrei Dead. Ele estava carrancudo e deprimido: "Veja, eu comprei uma faca enorme. Ela está muito afiada". Aquelas foram as últimas palavras que eu ouvi dele. Euronymous estava viajando comigo naquele dia. Ele foi para a cidade onde ficavam os negócios do selo dele. Alguns dias depois, quando Euronymous retornou, a casa parecia abandonada. A porta da frente estava trancada e não havia nenhuma chave no lugar secreto. Euronymous rodeou a casa e percebeu que a janela do quarto de Dead estava aberta. Ele entrou na casa e viu Dead jazendo sobre o piso: uma parte de sua cabeça foi arrancada por um disparo de arma. Euronymous pegou carona com um carro até a cidade mais próxima para comprar uma câmera fotográfica. Então, ele retornou e tirou uma fotografia do cadáver de Dead. Eu fique surpreso quando soube que a faca estava sobre a arma. Ela poderia estar debaixo da arma... Talvez Euronymous nunca foi à cidade naquele dia... Quando Euronymous me ligou, ele não estava tão falador. "Dead foi embora de casa". Ele me disse. "Embora para a Suécia?" Eu pasmei. Não, ele atirou em sua cabeça. Então eu percebi, que Dead estava morto. A polícia buscou o corpo de Dead, mas nós vivemos na casa por mais algumas semanas. O sangue de Dead e os pedaços do crânio estavam em todo o quarto. Uma vez, eu olhei embaixo da cama dele e encontrei dois pedaços grandes de crânio. Eu peguei um pedaço e Euronymous pegou o outro. Nós fizemos amuletos com eles. Depois nós os perdemos de algum modo. Isto foi estranho... A morte de Dead não nos parou. Nós decidimos procurar um novo vocalista e um baixista e continuar com o MAYHEM. Nós examinamos por um tempo e logo a formação estava reunida. Naquele tempo Grishnackh tocou baixo... Eu gostava dele no nosso primeiro encontro: ele era um cara inteligente. Ele se destacava dos outros músicos, ele era único. Ele era modesto e educado. Logo a nossa banda se tornou Inner Circle. Eu sempre fui contra queimar igrejas: isso não fazia sentido algum. Mas os outros achavam que sim. Eles chocavam toda a Noruega. Eles nunca me pressionaram. Eu não estava envolvido nas coisas que eles estavam fazendo. Ninguém realmente sabe porque Grishnackh assassinou Euronymous. Eu suponho que isso foi um conflito pessoal entre eles. No dia da morte de Euronymous, eu liguei no escritório dele. Ninguém atendia. Então eu liguei para os pais dele esperando encontrá-lo lá. Eu fui informado que Euronymous havia sido morto uma noite antes. Eu fiquei chocado. Eu não sabia quem tinha feito aquilo, mas eu estava certo que poderiam ser os suecos. Havia constantes conflitos entre clãs noruegueses, suecos e finlandeses. Cadáveres eram encontrados por todas as partes. Meus amigos e eu carregávamos facas e armas para nos defendermos. Nós estávamos esperando pelo pior. Mas logo ficamos sabendo que Grishnackh era o assassino de Euronymous. Aquele garoto tímido tornou-se um matador. Eu não conseguia acreditar que ele poderia ter feito aquilo. Meus amigos do Inner Circle e eu fomos chamados para o julgamento...

3 comentários:

Unknown disse...

tah muito legaL
muito estranhu
mas parece ter sido interrompida a reportagem =(

Marcus Vinicius disse...

A matéria ficou foda...muito loca
O blog também esta bem legal

ChicaO disse...

"Shinoda" e "Eyes Of Death":
Obrigado pelos elogios, espero que gostem mesmo ^^'
A respeito da matéria parecer que está cortada:
Ela não está não... Simplesmente tem uma reticências, pois o Hellhammer termina, afirmando que eles foram chamados para o julgamento e no fim já sabemos o resto.
Obrigado pelos elogios, espero que o blog só melhore daqui pra frente.

Rock N' Roll Music Playlist